10 DE OUTUBRO: DIA MUNDIAL DOS CUIDADOS PALIATIVOS

 

 Você sabe o que é medicina paliativa? Tratamento gera esperança e qualidade de vida


Médica alerta sobre a importância do tratamento paliativo na vida de pessoas com doenças crônicas e dores generalizadas na pandemia. 

Ainda pouco explorado no Brasil, a medicina dos cuidados paliativos (comemorado no próximo dia 10 de outubro), têm se mostrado bastante eficaz e precisa no tratamento do câncer e de outras doenças terminais. Neste período de pandemia, muitas pessoas que sofrem com doenças diversas pararam seus tratamentos por medo do contágio da Covid-19, principalmente, por pertencerem ao grupo de risco. 

Estudos comprovam que a medicina paliativa busca estudar, pesquisar e tratar sintomas angustiantes com o objetivo de evitar sofrimento físico, mental, social e espiritual ao paciente e seus familiares. Dentre esses sintomas, a dor merece destaque por ser um dos principais motivos de busca aos serviços de saúde ao redor do mundo, e por estar frequentemente associada ao sofrimento. 

De acordo com a médica anestesiologista, com área de atuação em Dor e professora adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense – UFF Jeane Juver, “é possível aumentar a qualidade e expectativa de vida, através de tratamentos que busquem por meio de vários mecanismos biológicos, físicos e mentais, sanar sintomas que nem sempre serão originadas no componente físico. No caso da dor, isso pode ir além, afetando o equilíbrio fisiológico, capacidade funcional, emocional, espiritual e social das pessoas que sofrem com ela”, explica. 

Ainda segundo Jeane, com o a chegada da pandemia e o isolamento social, agora flexibilizado, toda a pressão psicológica envolvida, fizeram com que muitas pessoas desenvolvessem dores generalizadas, que às vezes, não possuem relação com o vírus. “Torna-se cada vez mais importante falar sobre a medicina paliativa, as pessoas sabem muito pouco sobre o tratamento e como ele funciona, algumas chegam a pensar que ele está diretamente ligado a pacientes com câncer, mas na verdade, os cuidados paliativos têm muito haver com o tratar da dor de em sua essência, ou seja, a dor ocasionada por qualquer doença, sendo ela crônica ou não”, ressalta Jeane que abaixo responde algumas perguntas e esclarece dúvidas, confira: 


QUAL O DIFERENCIAL DA MEDICINA PALIATIVA E OS CUIDADOS PALIATIVOS COM OS PACIENTES? 

 A medicina paliativa tem como diferencial uma atenção ao paciente que tem uma doença que ameaça a vida e não tem cura prevista. Aparece como um método de atendimento aos pacientes que tem este tipo de diagnóstico e a seus familiares com o objetivo de melhorar a qualidade de vida deste ciclo. Não vemos só a questão física. Outras esferas do ser humano também são contempladas como a saúde mental e espiritual.


“É GRATIFICANTE AUXILIAR UM PACIENTE NUM MOMENTO DIFÍCIL PARA EXPERIMENTAR MOMENTOS MAIS TRANQUILOS” (Jeane Juver) 

PORQUE A SENHORA SE DEDICOU TODOS ESTES ANOS A ESTE SEGMENTO DA MEDICINA? 

O Cuidado paliativo é uma paixão, é gratificante quando você consegue auxiliar um paciente mesmo num momento difícil. Para experimentar momentos mais tranquilos e com menos sintomas e assim, poder aproveitar seu convívio familiar e social. Desta forma, o trabalho com pacientes com câncer, por exemplo, sempre me atraiu muito o que me motivou ao trabalho solidário. Atendo na Ilha do Governador uma vez por semana tentando ajudar a quem não possui recursos. 
O que me motivou a este trabalho solidário é que muitos pacientes não tem acesso a essa visão de medicina.
 Quem quiser se inscrever neste programa solidário pode entrar em contato pelos telefones (21) 31171757 e (21) 24625054.


 QUANDO QUE UMA PESSOA DEVE PROCURAR UM PROFISSONAL DE MEDICINA DA DOR?

 O paciente não precisa ser diagnosticado com alguma doença, ele apenas precisa ter dor. Se ele estiver sentindo dor por mais de três meses, em qualquer região do corpo pode e deve buscar um especialista da dor e isso não quer dizer que ele precise parar o tratamento com seu médico.
 Nós somos médicos que tratamos a dor do paciente para possibilitar que ele continue o tratamento como, por exemplo: um paciente tem uma lesão no ombro e ele precisa fazer fisioterapia. Mas, às vezes ele não tolera passar pelas sessões porque ele sente dor, nesses casos, recomenda-se que ele busque por um profissional com área de atuação em dor, para que através da terapia da dor ele consiga dar continuidade em seu tratamento.

 EM RELAÇÃO ÀS DORES OCASIONADAS PELA COVID 19, COMO A MEDICINA DA DOR PODE SER EFICAZ? 

 Na maioria dos lugares, as pessoas têm medo das medicações para dor. No caso da Covid-19, as dores geralmente são dores agudas. Portanto, o que precisa ser feito é criar uma cultura na medicina em geral de que medicações para dor, não são administradas somente quando se tem dor. As pessoas só tomam remédio, quando estão já desesperadas. É preciso fazer medicação para dor regularmente. Nas faculdades de medicina não existe uma aula sobre o sintoma dor, geralmente ela é tratada como conseqüência de uma doença. Os médicos não entendem os mecanismos de transmissão do estímulo nocivo, nem como ele é reconhecido como dor, isso compromete a forma que ele identifica e trata esse sintoma.



 POR QUE NO BRASIL A MEDICINA PALIATIVA E A CLÍNICA DE DOR AINDA SÃO POUCO CONHECIDAS?

 Muito pouco conhecidas! Eu canso de escutar dos meus pacientes é que eles nunca ouviram falar nesse tipo de tratamento, alguns vêm à primeira consulta por pura curiosidade.
 A medicina da dor trata de dores agudas, dor crônica, ou seja, dores identificadas em qualquer segmento do corpo. Em geral a dor aguda é causada por traumas ou pós-operatório, já a dor crônica se qualifica com dores que se entendem por mais de três meses de evolução – nesse caso já pode ser considerado dor crônica. Já a medicina paliativa pode ser utilizada em qualquer doença ameaçadora da vida, desde o momento do seu diagnóstico, trata do paciente em familiares, mesmo após a morte, auxiliando no processo de luto.

 QUANTO A DOR, HÁ DIFERENÇA ENTRE OS GÊNEROS?

 Historicamente as mulheres são conhecidas por tolerar mais a dor. As mulheres por serem reconhecidas dessa forma, acabam demorando mais para procurar o serviço de saúde. Então, às vezes, quando elas chegam já estão com alterações muitos graves e o controle da dor é mais difícil nesses casos, porque há a evolução da doença. Fora, que existe muito preconceito quando uma mulher buscar por tratamento na medicina para dor. Muitas pessoas costumam achar bobagem ou frescura das pacientes, ou seja, muitas delas chegam aqui com sintomas depressivos, independente de seus diagnósticos





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