Joelhos saudáveis aumentam a expectativa de vida

Cuidar dessa importante peça do nosso aparelho locomotor não previne apenas dores e limitações no cotidiano como também reflete na longevidade.Cada passo gera um impacto equivalente a duas vezes o peso do corpo sobre o joelho quando caminhamos.

“Durante uma corrida, a sobrecarga nos joelhos é igual a multiplicar por seis o total de quilos de uma pessoa. Portanto, esta é uma articulação que trabalha pesado — e que muitas vezes sofre. Até porque a saúde dessa engrenagem natural não é prioridade de boa parte da população por supostamente afetar muito pouco o resto do organismo” explica José Leonardo Rocha de Faria, ortopedista do INTO - Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

Um estudo proveniente dos Estados Unidos mostra que não é bem assim. O biomecânico Scott Lovald, da empresa de consultoria científica Exponent, ao lado de um time de pesquisadores, avaliou registros médicos de 134.458 pacientes com artrose avançada nesta articulação — quadro em que a colocação de uma prótese costuma ser indicada por melhorar a movimentação e até proteger o restante dos ossos. Acredite se quiser os indivíduos submetidos a essa cirurgia tiveram, sete anos depois, uma taxa de sobrevida 50% maior em comparação com quem não passou por ela.

“A prótese está longe de ser solução para todos os casos”, reconhece Lovald. “O importante é mostrar que o tratamento adequado de problemas no joelho promove um bom funcionamento do corpo inteiro.” A afirmação parece exagerada. Porém, quando essa articulação apresenta panes, qualquer tarefa que exija das pernas fica difícil. “A inatividade física está relacionada à obesidade, colesterol alto, diabetes, hipertensão e outros fatores que trazem prejuízos dos pés à cabeça”, enumera José Leonardo.

Que fique claro: o simples fato de percorrer distâncias mínimas e não ficar sentado o tempo todo já traz benefícios. Portanto, nem quem se considera sedentário pode negligenciar a articulação localizada entre a canela e a coxa.

O conjunto de ossos, ligamentos e cartilagens dos joelhos está intimamente relacionado à nossa independência. “Desgastes graves praticamente impossibilitam um indivíduo de andar até o supermercado da esquina, subir alguns degraus ou agachar para calçar os sapatos”, relata o médico.

“Alguém nessa situação obviamente perde parte de sua autonomia, o que contribui para o surgimento de transtornos psiquiátricos diversos”, arremata. Doenças como a depressão não preocupam meramente por comprometerem o bem-estar. Elas também abatem as defesas do organismo e, aí, patrocinam uma série de males que levam a riscos de vida. Não à toa, determinados distúrbios mentais são associados a taxas elevadas de mortalidade.

Não há justificativa para a instalação de uma prótese, é claro, quando a artrose está em estágio inicial.

Na Suécia, mais especificamente na Universidade de Lund, cientistas averiguaram que um joelho, digamos, biônico de fato reduzia o número de óbitos no grupo examinado. Mas só nos primeiros 12 anos após a cirurgia. Depois desse período, o cenário mudava completamente — a população com as peças naturais tendia a viver mais do que a turma operada. Tudo teria a ver com o fato de a prótese ser menos resistente do que a versão original e, por isso, com o passar dos anos demandar restrições que repercutiriam no dia a dia. “Esses dispositivos têm prazo de validade. Com o tempo, um novo procedimento cirúrgico, que sempre possui seus riscos, se faz necessário para trocá-los”, pondera o ortopedista.

Fica claro então que, para se proteger da artrose e de suas consequências, a palavra-chave é prevenção. Só falta ressaltar um ponto essencial: tropeções menos sérios, por assim dizer, a exemplo de lesões pequenas no menisco, muitas vezes antecipam o processo degenerativo da articulação. “Eles podem provocar alterações imperceptíveis ou instabilidade nos movimentos, dois fatores com potencial para acelerar o desgaste”, esclarece Rocha de Faria. Em outras palavras, desconfortos precisam levantar suspeitas e serem comunicados a um especialista. Quando falamos em joelho, o diagnóstico precoce de qualquer problema, por menor que seja, é sinônimo de tratamento menos traumático e mais eficaz.

Alguns bons cuidados

“Por mais danosas que sejam as cargas em excesso, para pacientes sem lesões intra-articulares, e em doses adequadas o impacto é benéfico, pois estimula a formação óssea”, diz o especialista.

Daí a importância de caminhar, correr ou realizar outras atividades que tragam um contato constante entre os pés e o solo. Fortalecimento muscular na academia também ajuda, porque fortalece os músculos dos membros inferiores. Em forma, eles amortecem a sobrecarga imposta sobre a articulação, diminuindo o risco de contusões. “Manter uma boa flexibilidade é igualmente essencial”, lembra Rocha de Faria. “Tanto que se recomendam alongamentos independentemente de o sujeito praticar ou não um esporte naquele dia”, completa.

Agora, antes de largar o sedentarismo, é importante passar por uma avaliação que inclua além dos conhecidos testes cardiológicos, exames ortopédicos. “Nenhum joelho é igual, e essa investigação permite ao médico conhecer particularidades para liberar a pessoa com segurança para se exercitar ou até restringir certas modalidades”, resume. Ao adotar as medidas protetoras, essa articulação transportará seu corpo por anos a fio.

Serviço:
Clínica Ortopédica Ipanema 

Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 82/303 – Ipanema
Telefones: (21) 2247-1231 / (21) 2287-6145
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